terça-feira, 19 de junho de 2007
A Tagarela está doente - parte 2
Saí do consultório, despedindo-me da médica e com a receita e a guia para as análises e para a consulta de psiquiatria na mão.
Foi então que tudo aconteceu. Voltei atrás e reentrei no consultório. E eu, que não sou violenta e que tenho um respeito budista por todos os seres, mesmo pelos rastejantes, nojentos e pegajosos, matei a médica.
Ando sempre munida de uma faca de cozinha, daquelas para barrar o pão com tulicreme. (Dá sempre jeito, nunca se sabe se vamos precisar dela). Tirei-a do bolso e comecei a cortar a carótida da médica. Demorei um pouco de tempo, o raio da carótida era muito dura e fibrosa! Eu ali zuca-zuca-zuca e nada, foi mesmo muito difícil. Mas, pronto, por fim lá consegui.
Ela só dizia "ui, ai, au, está-me a magoar, está-me a magoar, mais devagar...", mas como não tenho coração de manteiga e sou má como as cobras, nunca parei, imperturbável.
É para ela aprender a confiar mais em mim e a não me despachar para uma consulta de psiquiatria qualquer. E agora também já não manda mais bocas ressentidas e invejosas daquelas de que as aulas vão terminar e de que vou começar com as minhas férias de três meses e de que vou ter uma rica vidinha e que não faço nada, patati et patatá...
(Para que não julguem que sou um ser totalmente desprovido de sentimentos, no fim, deixei o consultório muito limpinho. Para além da faca, também ando sempre acompanhada de um balde, de uma esfregona e de uma garrafinha de neoblanc. Meti-me ao trabalho e deixei aquele chão num espectáculo).
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