terça-feira, 26 de junho de 2007

Pintarolas



Primeiro, apareceu uma pintinha junto ao pescoço.

Depois, apareceu outra e mais outra...

Ontem à noite, uma das pintinhas assumiu uma forma estranha... Insuflou e dentro havia um líquido suspeito...

Na manhã seguinte, não houve dúvidas: a minha Tagarelinha mais velha estava com varicela!

Tadiiiinha! Lá anda ela toda sarapintada de betadine e a escorrer mimo.

A mais pequenina também estará brevemente com iguais sintomas, ou não a tivesse eu apanhado com a chupeta da mana mais velha na boca...





quarta-feira, 20 de junho de 2007

É preciso mudar

138639.jpg
Esta imagem foi vista aqui

Hoje, enquanto esperava pastosamente pelo sinal verde para os peões, a Tagarela olhou para uma montra e mirou a sua imagem no vidro, de alto a baixo.

E detestou o que viu.


(Atravessou a passadeira, convencida de que tem de fazer alguma coisa).

terça-feira, 19 de junho de 2007

A Tagarela está doente - parte 3



Não liguem aos meus delírios manifestados no post anterior... É claro que não matei a médica!!!!!!!!!
Seus tontinhos! Achavam que a Tagarelazinha ia mesmo matar a médica??!!! Com uma faca de cozinha ainda por cima?! Pá, pousem lá o raio do telefone! Sim, tá bem, a polícia vai mesmo acreditar... Vá, pousem o auscultador. Ainda por cima os senhores do 112 estão agora a jantar...

Mas o que eu queria mesmo, mesmo era tecer umas breves reflexões sobre o que se passou nesta consulta.

Quando um médico de clínica geral suspeita de que um doente sofre de um transtorno depressivo deve, obviamente, reencaminhá-lo para uma consulta de especialidade em vez de meter a foice em seara alheia e desatar a receitar antidepressivos. Até aí, tudo bem.

Mas não pode apressar o diagnóstico e descartar-se do doente, só porque ele manifesta cansaço e porque parece somatizar algumas das suas emoções mais negativas. Há que saber se o doente se sente infeliz, triste, se sente ausência de prazer perante as pequenas coisas da vida...

No meu caso, uma ansiosa crónica, que liga o complicador frequentemente e vê numa migalha uma mega-padaria... o cansaço físico, a falta de energia, a irritabilidade decorrem da conjugação duas filhas pequeninas + marido cansado e pouco colaborante nas actividades domésticas + trabalho na escola + trabalho em casa (inesgotável).

Porque não me sinto triste, nem infeliz e continuo a rejubilar com as pequeninas coisas da vida: dormir confortavelmente, com um homem fantástico ao meu lado, e ouvir a chuva a cair lá fora (apesar de já estarmos em Junho...); ver a luz de espanto e descoberta nos olhos da minha princesa mais pequenina, quando vê dezenas e dezenas de bolinhas de sabão a esvoaçar no ar; alapar no sofá às segundas-feiras à noite e ver na Fox o House e as Donas de Casa Desesperadas; beber um belo copo de água quando se está com muita, muita, muita sede; sentir o prazer de um banho quentinho e aconchegante ao fim de um dia de trabalho; olhar para os dedinhos dos pés das minhas quiquinhas e achá-los os mais perfeitinhos e delicados do mundo; rejubilar com uma massagem nas pernocas feita pela esteticista depois da depilação...

Quem se sente feliz com tão pouco não pode estar deprimido.

A Tagarela está doente - parte 2



Saí do consultório, despedindo-me da médica e com a receita e a guia para as análises e para a consulta de psiquiatria na mão.

Foi então que tudo aconteceu. Voltei atrás e reentrei no consultório. E eu, que não sou violenta e que tenho um respeito budista por todos os seres, mesmo pelos rastejantes, nojentos e pegajosos, matei a médica.

Ando sempre munida de uma faca de cozinha, daquelas para barrar o pão com tulicreme. (Dá sempre jeito, nunca se sabe se vamos precisar dela). Tirei-a do bolso e comecei a cortar a carótida da médica. Demorei um pouco de tempo, o raio da carótida era muito dura e fibrosa! Eu ali zuca-zuca-zuca e nada, foi mesmo muito difícil. Mas, pronto, por fim lá consegui.

Ela só dizia "ui, ai, au, está-me a magoar, está-me a magoar, mais devagar...", mas como não tenho coração de manteiga e sou má como as cobras, nunca parei, imperturbável.

É para ela aprender a confiar mais em mim e a não me despachar para uma consulta de psiquiatria qualquer. E agora também já não manda mais bocas ressentidas e invejosas daquelas de que as aulas vão terminar e de que vou começar com as minhas férias de três meses e de que vou ter uma rica vidinha e que não faço nada, patati et patatá...

(Para que não julguem que sou um ser totalmente desprovido de sentimentos, no fim, deixei o consultório muito limpinho. Para além da faca, também ando sempre acompanhada de um balde, de uma esfregona e de uma garrafinha de neoblanc. Meti-me ao trabalho e deixei aquele chão num espectáculo).

quarta-feira, 13 de junho de 2007

A Tagarela está doente - parte 1

ACTO ÚNICO

(Num consultório médico)

CENA I

Tagarela, Doutora



Doutora - Então, o que a traz aqui?
Tagarela - Sabe, doutora, sinto-me muito cansada... Fisicamente, sobretudo...
Doutora - Mas tem feito esforços físicos fora dos habituais?
Tagarela - Glup... Aaahh, não propriamente, doutora, quer dizer, durmo pouco ou até durmo um número razoável de horas, mas acordo de noite pelas mais variadas razões: tenho de dar água a uma, tenho de apanhar a chupeta que caiu ao chão a outra... enfim, nunca é bem uma noite seguida de sono.
Doutora - Pois...

(Silêncio. Doutora à espera e Tagarela sem saber o que dizer).

Tagarela - Depois, também há outra coisa, doutora, é que às vezes acordo com uma dor no peito muito profunda...
Doutora - Aquela de que já me tinha falado ao telefone...
Tagarela - Sim... quer dizer, agora assumiu uns contornos diferentes...
Doutora
(suspirando) - Que contornos?...
Tagarela - Hã... Dói-me no fundo do esófago...
Doutora
- A-ah...
Tagarela - É uma dor espasmódica, forte. Só passa quando tomo um calmante...
Doutora
(morrendo de tédio) - A-ah... Pois...
Tagarela - Pois...
Doutora - Olhe, vai ter de ir a uma consulta de psiquiatria, sabe? Pode achar que é só cansaço, mas quanto a mim isso é uma depressão. Você está é deprimida.
Tagarela
(arregala os olhos, assim tipo Puierluigi Collina) - Deprimida? Eu? Depri... Naaã, doutora, eu sinto-me bem! O que eu queria era parar, tirar férias, abrandar o ritmo...
Doutora
(tira os óculos e olha para Tagarela pela primeira vez) - Mas as aulas não vão acabar? As férias não vão já começar?
Tagarela
(a tampa da panela de pressão começa a chiar...) - Só tenho férias a partir do final de Julho...
Doutora
(volta a colocar os óculos, entediada) - Pois...
Tagarela - O que eu queria saber era se a doutora me podia receitar mais calmantes...
Doutora - Sim, receito. E vou passar a guia para ir ao psiquiatra, mais umas análises ao sangue e à urina.

(Doutora escreve, escreve, escreve...)

Doutora - Tome!
(Entrega a Tagarela papelada inútil). Depois apareça cá a dar notícias, tá?
Tagarela
(observando a papelada inútil) - Pois... e os calmantes, doutora?...
Doutora - Ah, sim, sim...
(Voltando a debruçar-se sobre a secretária e escrevendo...) Tome, aqui está. (Entrega a Tagarela a única coisa que realmente interessava). As melhoras e apareça!
Tagarela
(pegando no raio da receita) - Tá, ok, doutora! Bom dia e obrigada!

(Tagarela sai e fecha a porta).

THI ENDE




sexta-feira, 8 de junho de 2007

Os fariseus que tramaram Jesus

Estes são os fariseus, os maus da fita. Sim, porque Judas, no fundo, no fundo, apenas não se sentia amado...

Olhem para os chapéus! Escutem as vozes! Observem o cenário! Tão anos 70!

Mais uma vez, é uma cena do filme Jesus Christ Superstar.

Jesus Cristo chegou! E Judas também!

Está quase, quase, quase a estrear o novo musical de Felipe La Féria, Jesus Cristo Superstar, e bem pertinho, no Rivoli! Dado que o site deste teatro está indisponível, podem ser consultadas algumas informações aqui.

Trata-se de uma adaptação da melhor ópera rock de sempre do Tim Rice e Andrew Lloyd Webber, Jesus Christ Superstar, estreada em 1970 e adaptada ao cinema poucos anos depois, em 1973. O filme tem o melhor Judas Iscariotes da história do cristianismo (o verdadeiro Judas Iscariotes que me perdoe), representado pelo actor Carl Anderson, falecido não há muitos anos.

Ora, vejam:

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Terá morrido?

Caixão de pinho

Não, não morri, apesar do meu silêncio.

Brevemente, volto à carga com mais textos de elevado valor literário e gastronómico e de inestimável interesse macro-estratégico e geo-lunar (como é habitual, aliás).

Mi aguárrrdem...