terça-feira, 3 de julho de 2007
A todos os meus colegas
Neste ano lectivo, tive uma colega de quem gostei muito.
Andava duas horas na estrada casa-trabalho, era mãe de três crianças pequenas, atacava as tarefas domésticas e familiares com garra e descontração, era simples e nada pretensiosa, dócil e divertida.
Quis o destino que a plurianualidade do concurso terminasse ao fim de um ano para esta minha colega. Contigências da vida escolar, perdeu o horário que foi direitinho para outra professora saída do Executivo...
Agora, acho que nunca mais a irei ver. A ela e a dezenas de colegas que perdi neste carrossel de colocações ao longo da minha vida profissional... Às vezes, lembro-me deste ou daquele, uns eram brincalhões e coloridos, outros intimistas e sensíveis, outros ainda excêntricos e pedagogicamente "diferentes". De todos eles, de todos de quem gostei, tenho saudades e sinto-lhes a falta.
Pudesse eu ser rica que construiria uma escola e aos meus colegas preferidos daria colocação!...
À Rita, a todos eles e a todos os que virão, dedico este poema doce e cristalino de Eugénio de Andrade:
OS AMIGOS
Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria -
por mais amarga.
Até sempre!
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